Nestes dias, dias do verão, em que o sol sobe antes de os ponteiros do relógio roçarem acima da hora cinco, hora da matina, hora da marcha para a manuntenção do corpo e da mente – para os que desses hábitos vivem, encontro estateladas figuras humanas que a princípio pareciam mendigos, pedintes ou moldura humana que se ergue em qualquer labirinto à caça de um sossego para uma ou mais noites despidas de abrigo. Mas, com a força maior do olho que não se vence de todos tipos de pobreza conferi que eram homens e mulheres de todas as idades, fazendo-me lembrar os anos da bicha, em que bicheiros murchavam na fúria de obter uma vertigem de esgotamento do pão, arroz, farinha celeste ou qualquer outro produto. Coisas do tempo, tempo sem nada, pasmado de miséria na luta pela edificação de uma nova nação, nação popular, nação do povo que morria de euforia de liberdade, nacao que outros homens, homens destes tempos a destroem na pinga de desgovernação. Que liberdade?! Que respondam as outras gerações. Mas que faziam essas figuras humanas pela matina? A bicha, a formatura do banco, a disputa pelo primeiro lugar, lugar que o funcionário do banco vezes transforma num mistério em que o último sempre se torna primeiro. Enfim, alguns falam de costas quentes, outros falam de cunhas, outros ainda falam de influências...falam... mas isso não interessa, interessa é a bicha, que 2 a 3 horas antes de o estabelecimento abrir já ocupou os lugares dos que chegam em último para primeiros. Assim vai o mundo, consequências de globalização? Ou de desenvolvimento? Ou de redesenvolvimento? Estão na bicha, bicha que também fico, horas e horas apenas para depositar ou tirar algum valor. Mas que sofrimento? So por dizer! Tudo é preciso sofrer, é preciso sacrifício mesmo que os resultados não benefeciem directamente a si, mas é preciso sofrer, sofrer, sofrer, sofrer como se a lei do enriquecimento fosse proporcial ao sofrimento. Mas é preciso sofrer, que até para Deus te ouvir é preciso botar seu suor no altar. Ai sim! Afinal, que se passa contigo banco que estás no Shopraite de Nampula? Será que os sistemas ficaram afectados com a força do fogo que deflagrou aquele supermercado! Ohhh, banco, banco, banco que especta sofrimento para multidões, multidões que humildemente tornam-te banco de renome. Até quando esse sofrimento, essa madrugada que seus clientes varrem os arredores da agência com rabos esquentados na ordem da bicha???