Não encontro outro meio se não este para junto partilhar as intuições que me coçam o pensamento noite e dia. Na arte de pensar reina complexidade, perplexidade e entre outros fenómenos. Isso revela as diferentes formas de concepção, análise, interpretação, percepção…de certos assuntos jazido em cada trecho vivido e, ou simplesmente ouvido ou observado esculpido de palavras. E para mim, em particular, escrever não é arte mas sim uma compaixão de aliviar-me a comichão do que penso através de palavras.
Será que sou o primeiro a sentir a brisa dos ventos que sopram pela África? Mas que ventos? A última questão interessa-me. E a segunda fica para o caro leitor. São ventos que sopram pela África cuja sua brisa coça-me o juízo de raciocínio: sopram-me bem alto em todas as frentes. Em todas as badaladas de sono onde a vigília acompanha-me até ao amanhecer. E aí deixo o espectro entrar: África já não quer esses estadistas excepto alguns. Esses dirigentes que mesmo com estatuto do que são: honras, glórias…ainda cultivam ódio pela coisa pública. Roubam-na. Esvaziam as barrigas do povo. E enchem-lhas de miséria, pobreza, analfabetismo, etc., fruto de inúmeras guerras, muitas delas desnecessárias… Outros governam-nos como se estivéssemos em prisão perpétua. Alteram constantemente as constituições para que possam se deliciar cada vez mais das honras do poder…
Esses não! Não! Não! Não são dirigentes, estadistas, políticos…para dirigirem esta África. Esta África, que pedaço a pedaço, de banquete em banquete, vai sendo usurpado pelos asiáticos, pelos europeus, e porque não pelos americanos? Não meu povo, esses dirigentes não! Esses dirigentes não queremos em África! África quer correntes políticas coerentes, activas e proactivas. Capazes de promover uma democracia inclusiva e transparente, que se aplique no quotidiano dos próprios africanos. África quer correntes políticas de oposição maduras e endurecidas pelas verdadeiras injustiças sociais. Isto é, uma democracia africana, que possa seguir os modelos e a realidade de África. E não a maioria desses actuais que se apunhalam pela conquista ou partilha do poder. Que sempre a intenção é odiar a coisa pública.
Esses não, África! Isso não, África! África precisa de homens construídos da sensibilidade humana. Que se opõem á escravidão actual do homem comum; que se opõem ao saque dos recursos naturais; ao enriquecimento ilícito de certas figuras… incluindo altos magistrados da nação; ao derrame de sangue do povo em troca da miséria; aos abusos de poder; à corrupção; à censura da liberdade; etc., esses sim, são verdadeiros homens. Homens construídos pelo sentimento de igualdade. Uma igualdade para toda a humanidade.
África quer correntes religiosas de sua África. Correntes maduras e realísticas. Isentas de hipocrisias, hipnotismos e adestramentos de crentes inocentes de seus intentos obscuros embrulhados na palavra divina. África quer seu próprio deus. E não deus de ventos ávidos. Nem que seja um deus pobre… mas que seja um deus que ensine a verdade aos seus crentes africanos. África quer mudanças na religião. Não quer religiões importadas como mercadorias que andam de lés a lés á procura de comprador. África Clama por uma religião com uma base teológica que respeite e domine as esferas sociológica e antropológica do seu povo. África quer liberdade religiosa.
África quer super-homens. Estadistas formados ou com consciência mais complexa sobre os valores, deveres e direitos da humanidade que a dirige. África quer super-homens construídos pelo sangue da ciência de governação humana.
África quer correntes jovens. Mas não jovens corrompidos pela fama. Porque a fama é uma forma de destruição da virtude consciente do homem. Pois esse famoso passa ser viciado. Quer que todos o esculpem palavras de elogios. E assim fica apreensivo aos elogios que desaguam na fama. África quer jovens comprometidos com a resposta aos problemas do seu meio. Jovens capazes de influenciar, advogar…a revisão de políticas desajustadas. Nem que seja pela dança; pelo canto; pela guitarra ou pelo batuque; pela escrita; pela tela; pelo teatro; pelos discursos dirigidos…mas é preciso que cada um se sinta comprometido com a mudança de África e em particular deste Moçambique. E se cada um se sentir comprometido, todos agiremos em consonância ao despojo de todos males que enfermam a nossa bela e rica África.
Temos que deixar de ser carruagem, carretas… que simplesmente seguem um condutor que mostra caminho. Que mesmo num caminho espinhoso, esburacado, lamacento seja qual for entramos e de viva voz gritamos: está tudo bem!!!!!!!!!!!!!!! Mas será???
Joaquim Chau
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